Nem todo cansaço é ruim. Há cansaço que cria intervalos preciosos, férteis de transformação. Há cansaço que nos torna mais parecidos com nós mesmos, de novo ou pela primeira vez, e mais próximos do lugar em nós onde pulsa o que nunca se cansa. Há cansaço que nos leva ao instante, em que, exaustos, reverenciamos a vida e dizemos para ela mais ou menos assim:
- Entrego o meu cansaço, farta de perceber que, por mais que eu tente, não tenho controle com relação a tudo aquilo que, de verdade, importa. Eu me rendo à sua sabedoria, que me habita, embora tantas vezes eu esqueça. Por favor, me ensina a simplesmente fluir com você. Por favor, me ensina a simplesmente fazer florir as sementes que você me confia. Por favor, me ensina a simplesmente ser. De preferência, sem muito cansaço.”
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