segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Será medo?



 
 
 
"Pouco a pouco eu deixo a coisa tomar conta de mim, ela vem se arrastando lentamente, no começo só um certo desconforto me fazia notar a presença dela, de repente, eu viro a coisa e toda partezinha de mim pertence a ela. Mas, como assim? Isso vem de mim, eu deveria ter controle, certo? Errado! Eu perco as rédeas quando isso acontece e a tal da melancolia se faz presente nessas situações.
A frase ecoa no meu ouvido: ‘eu não sei ser feliz, eu não sei ser feliz’, virou um mantra, virou um surto, virou um colapso. Eu fico aqui pregando o quanto é bonito ser forte, ter coragem, se jogar, é bonito, é lindo, é perfeito, mas é tudo isso quando o outro o faz e eu fico aqui na zona de conforto só encorajando o ato de falta de raciocínio lógico e noção de sobrevivência.
A verdade é que nunca estou satisfeita, sempre falta algo, por mais que eu busque e busque, não encontro, simplesmente porque esse algo não existe, nunca existiu. É tudo coisa da minha cabecinha fadada ao sofrimento, me acostumei a ter o que não tenho, descobri que no fundo gosto disso.
Passei os últimos meses implorando para aparecer alguém, qualquer pessoinha nesse mundo com mais de seis bilhões de seres. Alguém que me enxergasse, me quisesse e enfim, surgiu, do nada, no lugar onde eu menos esperava, no meio do meu jogo do Vasco aquele flamenguista  aparece. Veio com tudo, querendo me apresentar aos amigos, ao mundo dele, topando conhecer o meu, aceitando minhas crises e dizendo um ‘te gosto’ que me fascina.
E o que eu no auge de toda minha inteligência emocional estou fazendo? Procurando motivos, qualquer um que seja para sair correndo. Vasculhando por qualquer defeito que seja intolerável, por que disso? Eu saboto meus relacionamentos. Sim, um a um eu sabotei. Não sei viver com a estabilidade, preciso jogar a vida do cara no extremo, fazê-lo correr uma maratona, necessito surtar com a sanidade dele até ele cansar de mim, querer sumir da minha vida, aí sim, eu me apaixono por ele! Depois que ele me faz sofrer, sangrar, chorar eu me apaixono por ele, que coisa estúpida não!?
E aí quando isso acontece eu ouço aquela música dramática, como chocolate, escrevo textos dizendo o quanto o amor é uma utopia e depois começo tudo de novo, eu já sei sair tão bem da fossa que entro nela porque quero. É um ciclo vicioso, eu preciso ferrar com a vida do cara pra ele ferrar com a minha e depois amá-lo loucamente e no final, ele me diz: ”mas você sentia tudo isso? Por que não disse antes?” Ser das cavernas, eu não disse isso, pois eu NÃO sentia.
Então, agora, nesse momento de choque das placas tectônicas, eu digo, imploro e, por favor, me ouça: não me deixe estragar tudo, não me deixe estragar tudo. Diga qualquer coisa, não diga nada, venha de repente, saia de mansinho, só não me deixe desistir, porque eu posso ser tudo que você quiser...desde que eu supere o meu medo de ser eu mesma."

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